O que é Moral? 3apt

A Justiça.

3apt, continuação do artigo científico ‘Decisão estruturada em si-mesmo’. 

      1. Judicialidade

De acordo com o psicanalista Winnicott a criança vai amadurecendo até chegar (ou não) à situação onde sente ciúme, na relação com dois ou mais indivíduos (os cuidadores). Nesse aspecto, poderíamos dizer que um cachorro que sente ciúmes também amadureceu para uma relação com seus cuidadores? Essa questão serve para ilustrar o quão de nossas necessidades e desejos são semelhantes, em certas partes, aos de um ente desprovido de sentidos e finitude no existir. Portanto, O que é Moral? A Justiça e a Ética.

O mundo dos indivíduos é muitíssimo maior que o dos caninos, pois há abertura para o que ainda não é mas pode vir a ser, as possibilidades. No entanto, é válido lembrar que apesar de os cães serem determinados, nós também temos nossa parcela de determinações. Nesse diapasão, a responsabilidade torna-se um problema: como julgar, diante de um desequilíbrio emocional, um ‘adulto médio’ em estado ‘regredido’ (como quando era criança) e que comete um crime? Ou, quando a medicina demonstra que um indivíduo que se acidentou e afetou determinada região cerebral está mais propenso à agressividade, como se procede? Este indivíduo, cometendo um crime, teria atenuantes? Até quanto se pode dizer com segurança que ele de ‘fato’ é culpado pela transgressão? Como seria o enquadramento penal? Até que ponto foi uma opção o que fez?

      1. As morais

 O nosso saber, a ética, o juízo de valor, os ensinamentos de grandes pensadores e influenciadores digitais – são parciais, tendenciosos e influenciados sobretudo pela psique; com maior ou menor ‘afetividade compreendedora’ que o indivíduo tenha de todo o processo a que chegou a determinado entendimento, seja do que for e de suas optativas.

O Dasein* (*indivíduo) enquanto ser efetivador de suas próprias possibilidades,

se encontra consigo num modo de auto-compreensão própria e, nesse encontrar-se se abre a seu ser,

à sua morte, à sua existência. Nesse sentido, sua compreensão de mundo é sua mais própria auto-compreensão.

Podemos afirmar, então, que o mundo do Dasein é conforme ele compreende que é. (Oliveira, B. A. e S. 2012 p 113).

     

As morais, instintos, necessidades e sentidos apontam para uma ‘afeição ao viver’, um ter de dar conta de sua existência. Seja um ateu que cogita abreviar sua finitude certa (sobretudo em casos de sofrimento), seja um indivíduo que tenha certeza da eternidade e que irá para um ‘lugar’ melhor que o atual. Ambos desejam viver o máximo e, assim, o fatal valor do existir coexiste na ‘afetiva compreensão’ do indivíduo.

‘Ética inata’, conforme artigo de Loparic, Z. em estudo de Winnicott, se abre a questão de, digamos, haver uma espécie de ‘compaixão própria da natureza humana’; por exemplo, uma criança que cuida(dentro do que lhe é possível, como ficar abraçando e acariciando) de sua mãe enferma. Essa situação não foi ensinada para a menor, e o “padrão” é ela ser cuidada. Mas, assim o faz, cuida da mãe como se fosse mãe dela.

 

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